Confluências e entremeios no fazer design com antropologia

Zoy Anastassakis

Resumo


Neste artigo, comentamos as noções de confluência, de Antônio Bispo dos Santos, diferinte, de Elizabeth Povinelli, e entremeio, de Tim Ingold, para apresentar o modo com que entendemos e praticamos a pesquisa em design com antropologia. Retomando debates levantados por antropólogos, designers, e pensadores indígenas e quilombolas, apontamos para um modo de fazer pesquisa em design em que o vivido se coloca em confluência com as práticas de pesquisa científicas. O entremeio entre vida e pesquisa científica nos parece oferecer um caminho profícuo para a produção de conhecimentos cuidadosos, atentos e responsivos aos desafios que nos afetam enquanto pesquisadores em design que, antes de mais nada, somos, também, habitantes do mundo.


Palavras-chave


design, antropologia, confluência, diferinte, entremeio

Texto completo:

PDF

Referências


ANASTASSAKIS, Z.Refazendo tudo: confabulações em meio aos cupins na universidade. Rio de Janeiro, Copenhagen: Zazie Ed., 2020.

ANASTASSAKIS, Z; MARTINS, M. Everyday acts of design: learning in a time of emergency. New York, London: Bloomsbury, 2022.

ANASTASSAKIS, Z; NORONHA, R. (Orgs.).Correspondências entre Design e Antropologia. Revista Arcos Design, v.11. Rio de Janeiro: PPDESDI, 2020, p. 01-06.

ANASTASSAKIS, Z., SZANIECKI, B. Dispositivos de conversação: por uma abordagem transdisciplinar e antropológica do design. In: BIZ, P.; SZANIECKI, B.; ANASTASSAKIS, Z. (Orgs). Imaginação, participação e correspondência: experiências do laboratório de design e antropologia. Rio de Janeiro: PPDESDI, 2023, p. 18-45.

BIZ, P.; SZANIECKI, B.; ANASTASSAKIS, Z. (Orgs). Imaginação, participação e correspondência: experiências do laboratório de design e antropologia. Rio de Janeiro: PPDESDI, 2023.

CANÇADO, W. Sobre o pavimento, a floresta: metamorfoses urbanas e cosmopolíticas do antropoceno.Tese (Doutorado). Programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo. Universidade Federal de Minas Gerais, 2019.

COSTA, A. de C. Virada geo(nto)lógica: reflexões sobre vida e não-vida no antropoceno. AnaLógos, Rio de Janeiro, v. 1, 2016, p. 140-150.

DE LA CADENA, M. Indigenous cosmopolitics in the Andes: conceptual reflections beyond “Politics”.Cultural Anthropology, v. 25, n. 2, 2010, p. 334-370.

DE LA CADENA, M.; BLASER, M. (Eds.). A world of many worlds. Durham: Duke University Press, 2018.

GATT, C., INGOLD, T. From Description to Correspondence. In: GUNN, W.; OTTO, T.; SMITH, R. C. (Eds.). Design Anthropology Theory and Practice. London and New York: Bloomsbury, 2013, p. 139-158.

GOLDMAN, M. “Quinhentos anos de contato”. Por uma teoria etnográfica da (contra) mestiçagem. Mana 21(3): 2015, p. 641-659.

HARAWAY, D. Ficar com o problema: fazer parentes no Chthuluceno. São Paulo: n-1 edições, 2023.

HARAWAY, D. Situated Knowledges: The Science Question in Feminism and the Privilege of Partial Perspective.Feminist Studies, Vol. 14, No. 3 (Autumn, 1988), p. 575-599.

HARKNESS, R. Thinking Building Dwelling: Examining Earthships in Taos and Fife. Tese (Doutorado), University of Aberdeen, 2009.

HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade.São Paulo: Editora Martins Fontes, 2017. 283p.

INGOLD, T. The life of lines. London, New York: Routledge, 2015.

INGOLD, T. On Human Correspondence.Journal of the Royal Anthropological Institute, 23(1), 2016.

INGOLD, T. Estar vivo: Ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Vozes,2021.

INGOLD, T. Fazer: antropologia, arqueologia, arte e arquitetura. Petrópolis: Vozes, 2022.

KENNEY, M. Fables of attention: Wonder in feminist theory and scientific practice Tese (Doutorado). U.C. Santa Cruz, Santa Cruz, CA, USA, 2013.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

LA PAPERSON. A third university is possible. University of Minnesota Press, 2017.

LATOUR, B. Um Prometeu cauteloso?: alguns passos rumo a uma filosofia do design (com especial atenção a Peter Sloterdijk). Agitprop: revista brasileira de design, São Paulo, v. 6, n. 58, jul./ago. 2014.

LE GUIN, U. K. A teoria da bolsa da ficção. São Paulo: n-1 edições, 2021.

MARQUEZ, R. Quase-etnógrafa-etc.Revista Mundaú, 2020, n. 9, p. 209-233.

MATTERN, S. Maintenance and Care.Places Journal, November 2018.

POVINELLI, E. Routes/Worlds. ex-flux Journal, issue #27, September 2011.

POVINELLI, E. Geontologias. Um réquiem para o liberalismo tardio. São Paulo: Ubu Editora, 2023.

SANTOS, A. B. dos. Colonização, quilombos. Modos e significações.Brasília: Ayõ, 2023a (2015).

SANTOS, A. B. dos.A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora, PISEAGRAMA, 2023b.

STENGERS, I; DESPRET, V. Women who make a fuss. The unfaithful daughters of Virginia Woolf. University of Minnesota Press, 2020.

STRATHERN, M.Partial Connections. Updated Edition. Oxford: Altamira Press, 2004 (1991).

SZANIECKI, B; ANASTASSAKIS, Z. Design, participação e movimento: considerações a partir do Laboratório de Design e Antropologia. In: BIZ, P.; SZANIECKI, B.; ANASTASSAKIS, Z. (Orgs). Imaginação, participação e correspondência: experiências do laboratório de design e antropologia. Rio de Janeiro: PPDESDI, 2023, p. 46-67.

TSING, A. O cogumelo no fim do mundo: sobre a possibilidade de vida nasruínas do capitalismo. São Paulo: n-1 edições, 2022.

VIVEIROS DE CASTRO, E. A inconstância da alma selvagem – e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2002.




DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v32i2.1974

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2024 Zoy Anastassakis

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.

Revista Estudos em Design, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, ISSN Impresso: 0104-4249, ISSN Eletrônico: 1983-196X

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.