Competências e responsabilidades para o design contemporâneo: Implicações para o ensino e para a pesquisa
Lucy Niemeyer
Abstract
Resumo Objetiva-se avaliar em que medida o estatuto profissional do designer foi determinado pelo processo de industrialização. Nos inícios do capitalismo, houve necessidade da existência de um profissional que desenvolvesse produtos cuja estética fosse adequada à produção mecanizada. A esses objetivos iniciais foram sendo acrescentados outros que diziam respeito à comercialização do produto. Já no século XX ganharam importância crescente tanto os métodos, técnicas e instrumentos que guiassem com segurança a elaboração de produtos como a introdução da ergonomia como fundamento para as decisões projetuais concernentes à interação do produto como seu usuário. À medida que as transformações de toda ordem varreram o mundo, sejam elas econômicas, políticas, culturais, tecnológicas etc., o design foi inevitavelmente envolvido por elas. O design está indissociado do fazer e do estar do ser humano. O papel simbólico do produto, inicialmente como instrumento para manutenção do ciclo de consumo, depois como elemento constituinte identitário, determinou uma crescente investigação sobre o design como linguagem, como construção sígnica. No cenário contemporâneo, novas competências passaram a ser requeridas do designer: seu papel frente à globalização, às demandas do design universal, do design inclusivo, do design sustentável, do design com foco na significação, em um cenário marcado pela acelerada inovação tecnológica. Todos esses fatores implicam em uma reavaliação do ensino e da pesquisa em design. Serão então consideradas as diversas formações que se fazem necessárias para o adequado desenvolvimento do campo, sob uma perspectiva teleológica.
Keywords
Design, Formação do campo profissional, Novas competências e responsabilidades, Ensino do design, Pesquisa em design.
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