Etiquetas têxteis em braille: uma tecnologia assistiva a serviço da interação dos deficientes visuais com a moda e o vestuário
Resumo
Esta pesquisa aborda discussões sobre as interações estabelecidas entre os deficientes visuais e a área de moda e de vestuário, utilizando como objeto de estudo as etiquetas têxteis em braille. Metodologicamente a pesquisa se configura como exploratória, de natureza qualitativa descritiva, na qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas com deficientes visuais, a fim de compreender suas relações com a moda e o vestuário, e testar a tecnologia assistiva existente de duas etiquetas têxteis em braille. Por meio do levantamento das principais dificuldades relatadas pelo grupo em suas interações com a moda/vestuário, constatou-se que a autonomia dos deficientes visuais nas atividades referentes a tais interações — como a compra de novos itens, a organização, a manutenção, a conservação e as combinações de peças de vestuário — é inexistente, e que, necessitam de auxílio recorrente de terceiros para realização de atividades e situações cotidianas e essenciais relacionadas a esse universo. As etiquetas têxteis em braille testadas se mostraram ilegíveis e totalmente ineficazes no repasse informacional. O estudo evidencia, portanto, a necessidade de ponderar as questões relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias que garantam a acessibilidade aos deficientes visuais em suas interações com a área de moda e de vestuário.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BARBOSA, M. B.; ALBUQUERQUE, R. de M. A. Comunicação, Sinalização e Acessibilidade. In: PRADO, A. R. de A.; LOPES, M. E.; ORNSTEIN, S. W. (Org.). Desenho universal: caminhos da acessibilidade no Brasil. São Paulo: Annablume, 2010.
BARRETO, M. H. Contribuição para o Desenvolvimento de uma Etiqueta para Pessoas com Deficiência Visual. Dissertação (Mestrado em Engenharia Têxtil) — Minho, Universidade do Minho, 2009.
BERSCH, R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre: CEDI, 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Grafia Braille para a Língua Portuguesa. Secretaria de Educação Especial. Brasília: SEESP, 2006.
CASTILHO, K.; MARTINS, M. M. Discursos da moda: semiótica, design e corpo. 2 ed. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2005.
COOK, A.M.; POLGAR, J. M.. Cook and Hussey's assistive technologies: principles and practice. 3 ed. Mosby Elsevier, 2008.
CHOWDHARY, U. Labels and hangtags: tools for consumer empowerment and education. International Journal of Consumer Studies, v. 27, p. 218-251, 2003.
ETCOFF, N. A lei do mais belo: a ciência da beleza. 2 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.
FIANU, D. A. G.; HARRISON-ARTHUR, G. The perception of Ghanaian consumers of textiles and clothing labels. Journal of Consumer Studies and Home Economics, v. 21, p. 97-103, 1997.
GARCIA, L. J.; FERNANDES, C. A.; MERINO, E. A. D.; BRAVIANO, G. Usabilidade: a experiência do usuário com etiquetas de roupas. In: Anais II Conferência Internacional de Design, Engenharia e Gestão para a inovação — IDEMI, Florianópolis, 2012.
HERSH, M. A.; JOHNSON, Michael A. Assistive technology for vision-impaired and blind people. Springer-Verlag London Limited, 2008.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Blücher, 2005.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA — IBGE. Cartilha do Censo 2010: Pessoas com Deficiência/Luiza Maria Borges Oliveira/Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR)/Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD)/Coordenação-Geral do Sistema de Informações sobre a Pessoa com Deficiência; Brasília: SDH-PR/SNPD, 2012.
INTERNATIONAL CLASSIFICATION OF DISEASES — ICD. International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems. 10th Revision. Disponível em: . Acesso em 05 mai. 2015.
KULPA, C. C. A contribuição de um modelo de cores na usabilidade das interfaces computacionais para usuários de baixa visão. Dissertação (Mestrado em Design) — Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul — UFRGS, 2009.
LIDWELL, W.; HOLDEN, K.; BUTLER, J. Universal principles of design: a cross-disciplinary reference. Rockport Publishers: Beverly/Massachusetts, 2003.
OLSON, D.; DERUYTER, F. Clinitian’s guide to assistive tecnology. Mosby Elsevier, 2001.
PERSSON, J.; HUSBERG, M.; HELLBOM, G.; FRIES, A. Costs and Effects of prescribing walkers. Sweden, Center for Technology Assessment, 2007.
PINTO, M. de R.; FREITAS, R. C. Aspectos Simbólicos da Experiência de Consumo de Roupas de Deficientes Visuais. In: Percurso Acadêmico. Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 243-269, jul/dez, 2011.
RESENDE, C.; MACHADO, J. B.; SOUTO, K. C. D.; VIEIRA, S. da S.; MARTINS, E. F. Estudo sobre as vestimentas para deficientes visuais. In: Colóquio de Moda, Maringá: Cesumar, 2011.
SANT'ANNA, M. R. Teoria de Moda: sociedade, imagem e consumo. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2007.
SENA, M. D. C. Etiqueta Têxtil como Contributo para a Interpretação da Cor pelos Deficientes Visuais. Dissertação (Mestrado em Design de Moda/Vestuário) — Covilhã, Universidade da Beira Interior, 2009.
STORY, M. F.; MUELLER, J. L.; MACE, R. L. The Universal Design File: Designing for People of All Ages and Abilities. Revised Edition. NC State University, The Center for Universal Design, 1998.
WORLD HEALTH ORGANIZATION — WHO. World report on disability, 2011. Disponível em: Acesso em 05 mai. 2015.
__________. Visual impairment and blindness, 2014. Disponível em: . Acesso em 05 mai. 2015.
DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v25i1.435
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2020 Jessica Schneider, Marcelo Gitirana Gomes Foundation, Alejandro Rafael Garcia Ramirez, Célio T eodorico dos Santos
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.
Revista Estudos em Design, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, ISSN Impresso: 0104-4249, ISSN Eletrônico: 1983-196X
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.