Tramas de afeto e saudade: em busca de uma biografia dos objetos e práticas vitorianos no Brasil oitocentista

Irina Aragão dos Santos

Resumo


Em uma sociedade em que os códigos da boa conduta, com influências vitorianas, demandavam a discrição, o controle das emoções, o jamais expressar em público os arroubos das paixões e sentimentos; ser distinto é saber se comportar em qualquer ambiente, não ceder às comoções e aos seus excessos, ser contido nos modos e no trajar. Os objetos de afeto e saudade feitos de cabelos foram espaços autorizados para a expressão da afetividade. Neles foi permitido o exagero na declaração da emoção, em dedicatórias gravadas no metal, no retrato usado sobre o corpo, em uma pulseira de cabelos envolvendo o pulso ou num quadro ou memento exposto em ambiente doméstico. Foram peças expostas para o olhar do outro, ou peças restritas a poucos olhares, que acataram as normas em vigor ao manifestar vínculos familiares, amizade e afeição. Uma reflexão histórica comparativa sobre os objetos feitos de cabelos e a produção de significados, usos, variações de valores, formas de inserção social e a biografia cultural dos objetos de afeto e saudade, para conhecer os rituais e valores da sociedade vitoriana britânica e como esta moral e suas expressões chegaram, circularam e interagiram nas grandes cidades brasileiras, na segunda metade do século XIX.


Palavras-chave


Cultura material, objetos de afeto e saudade, cabelos, vitoriano, representação simbólica.

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DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v22i2.169

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