Crítica à ênfase da “imaterialidade” no campo do Design: uma perspectiva marxista
Resumo
Na ocasião do seu surgimento, na Revolução Industrial, a práxis profissional no designera diretamente relacionada à produção de artefatos tangíveis. Ao longo da segunda metade do século XX, com a ampliação da quantidade de mercadorias intangíveis e serviços oferecidos de maneira capitalista, houve um crescimento do campo e uma diversificação das possibilidades de atuação dos designers. Este artigo tem como objetivorealizar uma crítica sobre a mudança no eixo conceitual do design, que se deslocou da concepção da forma dos produtos industriais para a ênfase nos processos estratégicos. Assim, através do método dialético e das categorias do materialismo histórico,examinamos as questões relativas àsuposta mudança de paradigma no design – da produção material para a supervalorização do “imaterial” – confrontando-as com o conceito de “sociedade pós-industrial”, de modo acompreender as práticas no design relacionadas ao contexto político-econômico e social e às estruturas do modo de produção capitalista.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design Thinking. Porto Alegre: Bookman, 2011.
BELL, Daniel. O Advento da Sociedade Pós-Industrial. São Paulo. Cultrix. 1974.
BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
CARCANHOLO, Marcelo Dias e MEDEIROS, João Leonardo. Trabalho no capitalismo contemporâneo: pelo fim das teorias do fim do trabalho. In. NEVES, Renake B. D. (org.) Trabalho, estranhamento e emancipação. Coleção NIEP – MARX, Volume I. Rio de Janeiro: Consequência, 2015.
CIPINIUK, Alberto. Design: o livro dos porquês: o campo do Design compreendido como produção social. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2014.
DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo: Blucher, 2000.
FORTY, Adrian. Objetos de desejo: design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
JAMESON, Fredric. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 2007.
KONDER, Leandro. A questão da ideologia. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
LIPPINCOTT, J. Gordon. Industrial design as profession. In. College Art Journal, Vol. 4,n. 3. Nova Iorque: CollegeArt Association of America,1945.
LOEWY, Raymond. La laideur se vend mal. (Never Leave Well Enough Alone). Paris: Gallimard, 1953.
MATIAS, Iraldo Alberto Alves. Projeto e revolução: do fetichismo à gestão, uma crítica à teoria do design. Tese de doutorado. Campinas, SP: UNICAMP, 2014.
MARX, Karl. Teorias da mais-valia: livro 4 de O capital: volume 4: história crítica do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
MARX, Karl.Capítulo VI inédito de O capital: resultados do processo de produção imediata. São Paulo: Centauro, 2004a.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004b.
MARX, Karl. O capital: crítica da Economia Política: Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Ideologia alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stimer, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas. São Paulo, Boitempo: 2007.
MOLES, Abraham A; JACOBUS, David W. Design and Immateriality: What of It in a Post-Industrial Society? In. Design Issues: Vol. IV, Numbers 1 & 2, 1988.
SANTOS, Vinícius de Oliveira. Trabalho imaterial e teoria do valor em Marx: semelhanças ocultas e nexos necessários. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
STICKDORN, Mark; SCHNEIDER, Jakob (Orgs.). Isto é design thinking de serviços. Porto Alegre: Bookman, 2014.
WORLD DESIGN ORGANIZATION (WDO). Definition of industrial design. Montreal: WDO, s.d. Disponível em: https://wdo.org/about/definition/. Acesso em 24 mar. 2022.
DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v30i2.1453
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2022 Joana Martins Contino
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.
Revista Estudos em Design, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, ISSN Impresso: 0104-4249, ISSN Eletrônico: 1983-196X
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.