Crítica à ênfase da “imaterialidade” no campo do Design: uma perspectiva marxista

Joana Martins Contino

Resumo


Na ocasião do seu surgimento, na Revolução Industrial, a práxis profissional no designera diretamente relacionada à produção de artefatos tangíveis. Ao longo da segunda metade do século XX, com a ampliação da quantidade de mercadorias intangíveis e serviços oferecidos de maneira capitalista, houve um crescimento do campo e uma diversificação das possibilidades de atuação dos designers. Este artigo tem como objetivorealizar uma crítica sobre a mudança no eixo conceitual do design, que se deslocou da concepção da forma dos produtos industriais para a ênfase nos processos estratégicos. Assim, através do método dialético e das categorias do materialismo histórico,examinamos as questões relativas àsuposta mudança de paradigma no design – da produção material para a supervalorização do “imaterial”confrontando-as com o conceito de “sociedade pós-industrial”, de modo acompreender as práticas no design relacionadas ao contexto político-econômico e social e às estruturas do modo de produção capitalista.


Palavras-chave


Campo do Design, Materialismo Histórico, Divisão social do trabalho, Teoria do valor-trabalho, Trabalho imaterial.

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DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v30i2.1453

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Revista Estudos em Design, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, ISSN Impresso: 0104-4249, ISSN Eletrônico: 1983-196X

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