Como a arquitetura pode estimular o autista por meio da reverberação sonora?

Helena Rodi Neumann, Larissa Akemi Silva Miyashiro, Larissa Victorino Pereira

Resumo


Este artigo tem como objetivo buscar maneiras para que a arquitetura, por meio da acústica, minimize a hipersensibilidade sonora do indivíduo com TEA que, por não processarem os sentidos de forma típica, serão mais afetados pelos ruídos abruptos, agudos ou graves. Os espaços arquitetônicos podem ser qualificados para oferecer uma estimulação gradual aos sons, a partir da escolha adequada da geometria da sala, seus materiais de construção e os revestimentos internos, adequados sempre ao uso de ambiente, mas considerando também como o usuário autista deve sentir o local. Para a qualificação dos espaços, foram estudados tempos de reverberação ótimos para três salas distintas, que se adequem a função e o uso de cada uma delas, a fim de promover uma estimulação gradual e terapêutica. Os resultados obtidos foram discutidos e sintetizados em uma tabela para guiar futuros projetos acústicos que auxiliem no transtorno sensorial auditivo.


Palavras-chave


Transtorno do Espectro Autista, Hipersensibilidade, Acústica, Reverberação Sonora, Estimulação Sensorial.

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DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v30i1.1389

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Revista Estudos em Design, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, ISSN Impresso: 0104-4249, ISSN Eletrônico: 1983-196X

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