See Color: Desenvolvimento de uma linguagem tátil das cores para pessoas com deficiência visual

Sandra Regina Marchi, Bruna Brogin, Maria Lucia Leite Ribeiro Okimoto

Resumo


A cor é um elemento que transmite informações, no entanto, milhares de pessoas no mundo não têm acesso a ela. Apresentam-se as etapas do desenvolvimento de uma linguagem tátil de cores, com o objetivo de possibilitar a identificação das cores pelas pessoas com deficiência visual.  Esta abordagem é composta de elementos em formato tridimensional, com dimensões mínimas, inspirado no elemento principal do Sistema Braille, o ponto. Os códigos foram produzidos e experimentados em duas técnicas distintas: da Manufatura Aditiva (em PLA, ABS e resina acrílica) e na impressão em fusora. Os códigos das oito cores desenvolvidas foram testados em três tamanhos diferentes de acordo com especificações da NBR 9050. A Linguagem Tátil das Cores See Color foi testada com dezoito participantes e os resultados mostraram que as cores foram identificadas em um tempo médio de 18,5 segundos e com uma média de 82,86% de acertos.


Palavras-chave


Deficiência visual, cores, Design Inclusivo, Tecnologia Assistiva, acessibilidade.

Texto completo:

PDF

Referências


ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.

ABREU, E. M. A. C. et al. Braille!? O que é isso? São Paulo: Fundação DorinaNowill para Cegos, 2018.

ADAM, D. L. Premissas de Criação de Imagens em Relevo em Objetos de Aprendizagem para Cegos. Dissertação (Mestrado em Design em Sistemas de Informação), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015.

ADAM, D. L.; SMYTHE, K. C.A.S.; OKIMOTO, M. L. L. R.; SPINILLO, C. G. Verificação da aplicabilidade de ferramenta para auxiliar no desenvolvimento de imagens táteis para pessoas cegas. In: PASCHOARELLI, L. C.; MEDOLA, F. O. Tecnologia Assistiva: Pesquisa e Conhecimento – II. 1. Ed. Bauru: Canal 6 Editora, 2018. p. 229-238.

BHOWMICK, A.; HAZARIKA, S. M. An insight into assistive technology for the visually impaired and blind people: state-of-the-art and future trends. Journalon Multimodal User Interfaces, v.11, n. 2, p. 1-24, 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Grafia Braille para a Língua Portuguesa. Cerqueira, J. B. et al. Secretaria da Educação Especial. Brasília: SEESP, 2006. Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2017.

BRASIL. Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto Nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Disponível em:. Acesso em 12 jan. 2021.

CUD - CENTER FOR UNIVERSAL DESIGN Universal Design. Disponível em:

. Acessoem: 11 set. 2014.

GARDINER, A.; PERKINS, C. Best practices guidelines for the design, production and presentation of vacuum formed tactile maps.2002. Disponível em: . Acessoem: 20 jun. 2014.

GUAL, J.; PUYUELO, M.; LLOVERAS, J. The effect of volumetric (3D) tactile symbols within inclusive tactile maps. Applied Ergonomics, 48C, 2015.

GUAL, J.; PUYUELO, M.; LLOVERAS, J. Analysis of Volumetric Tactile Symbols Produced with 3D Printing. In: ACHI 2012: INTERNATIONAL CONFERENCE ON ADVANCES IN COMPUTER-HUMAN INTERACTIONS, 15, 2012. Anais […] Valência, Espanha: Universidad Politecnica de Valencia, 2012. p. 60-67.

GUAL, J.; PUYUELO, M.; LLOVERAS, J. Three-dimensional Tactile Symbols Produced by 3D Printing: Improving the process of memorizing a tactile map key. British Journalof Visual Impairment, v. 32, n. 3, p. 263 –278, 2014.

GUIMARÃES, M. J. S.; MOURA, M.; DOMICIANO, C. L. C. Ver pelo tato: contribuição do Design Inclusivo na formação de imagens mentais. Estudos em Design Revista (online). Rio de Janeiro: v. 29, n. 3, p. 161, 2021.

IAPB - THE INTERNATIONAL AGENCY FOR THE PREVENTION OF BLINDNESS. Vision 2020: The Right to Sight. Disponívelem: . Acesso em: 11 set. 2018.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010: resultados preliminares. Disponível em: . Acesso em: 20 maio 2016.

KAWAUCHI, Y. Universal Design: A ReconsiderationofBarrier-Free. Kyoto, Japão: Institute for HumanCentered Design, 2001. p. 978-476.

KEATES, J. S. Understanding maps. New York: Halsted Press, 1982.

KEATES, S.; CLARKSON, J. Countering Design Exclusion: an Introduction to Inclusive Design. Springer, London, 2003.

LIN, K.-C.; WU, C.-F. Practicing universal design to actual hand tool desingprecess. Applied Ergonomics, v. 50, p. 8-18, 2015.

LOOMIS, J. M.; LEDERMAN, S. J. Tactual perception. In:Handbook of perception and human performance, v. II. New York, NY: John Wiley, 1986. Cognitive processes and performance, p. 1– 41.

LUPTON, E.; PHILLIPS, J. C. Novos fundamentos do design. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

MACHADO, A.; KEIM, E. J. Educação Museal: O Museu no Contexto da Pessoa Cega e com Baixa Visão. Revista Benjamin Constant. Rio de Janeiro, ano 20, v. 1, n. 57, p. 21-37, 2014.

MARCHI, S. R. Design Universal de Código de Cores Tátil: Contribuição de Acessibilidade para Pessoas com Deficiência Visual. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019.

MARCHI, S. R.; SMYTHE, K. C. A. S.; OKIMOTO, M. L. L. R.; PAREDES, R. S. C. Critério para desenvolvimento de sistema de código cromático para pessoas cegas ou com baixa visão. In: PASCHOARELLI, L. C.; MEDOLA, F. O. (Org.). Tecnologia Assistiva - Estudos Teóricos. 1ed. Bauru: Canal 6 Editora, 2018. v. 1, p. 341-349.

MONROY, C. B. Sistema Constanz: Lenguagemdel Color para Ciegos. Espanha: Parnass. 2012.

OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Priorityeyediseases: Main causes of visual impairment. 2014. Disponível em: . Acesso em: 11 abril 2018.

PEDROSA, I. Da Cor à Cor Inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial Ltda, 1995.

PITANO, S. C.; NOAL, R. E. Blindness and mental representation ofknowledge by concepts: Comparison between congenital and acquired blindpeople. Educação Unisinos, v. 22, n. 2, p.128-137, 2018.

PLOS, O. A. B. et al.Universalist Strategy for the Design of Assistive Technology. InternationalJournalof Industrial Ergonomics, v 42, p. 533-541, 2012.

PIRES, F. N. Código de Cor para Pessoas com Deficiência Visual: caso de estudo com crianças dos oito aos dez anos de idade - FO.CO. Dissertação (Mestrado em Design do Produto), Faculdade de Arquitectura Universidade Técnica de Lisboa, Portugal, 2011.

RAMSAMY-IRANAH, S. R. et al. A comparison of three materials used for tactile symbols to communicate color to children and young people with visual impairments. British Journal of Visual Impairment, v.34, n. 1, p. 54 - 71, 2016.

SAGAWA K.; OKUDERA, S.; ASHIZAWA, S. A Tactile Tag to Identify Color of Clothes for People with Visual Disabilities. In. BAGNARA, R. et al (Eds.). Procedings of the 20 the Congress of the International Ergonomic Association IEA 2018. Suíça: Springer Nature, 2019. p. 1420–1427. (Parte da série de livros Advances in Intelligent Systems andComputing - AISC, volume 821).

SANTOS, J. M. F. N. Sistema de Identificação da Cor Para Indivíduos Daltônicos – Aplicação aos Produtos de Vestuário. Dissertação de Mestrado em Design e Marketing (Escola de Engenharia). Universidade do Minho, Portugal, 2008.

SCHMIDT, R. F. Fisiologia Sensorial. São Paulo: Pedagógica e Universal, Springer, EDUSP, 1980.

SILVEIRA, L. M. Introdução à Teoria da Cor. Curitiba: UTFPR, 2015.

STOA - SCIENCE AND TECHNOLOGY OPTIONS ASSESSMENT. Assistive Technologies for people with disabilities. European Parliamentary Research Service, European Parliament. PE 603.218. ISBN 978-92-846-2352-5. Doi: 10.2861/422217. QA-06-17-411-EN-N, 2018.

TODD, G. Color Identification System. Depositante: Gagne Todd. Nº US2006169783 (A1). Depósito: 03 ago. 2006. Disponível em: . Acessoem: 18 maio 2018.

VASCONCELOS, R. Tactile Mapping Design and Visually Impaired User. Cartographic Design – Theoretical and pratical perspectives. Chichester: John Wiley & Sons, 1996.

VILLORIA, E. D.; FUENTES, S. S. Diseño universal para elaprendizaje como metodología docente para atender a ladiversidadenlauniversidad. Aula Abierta,Espanha, v. 43, p. 87-93, 2015.




DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v30i1.1386

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2022 Sandra Regina Marchi, Bruna Brogin, Maria Lucia Leite Ribeiro Okimoto

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.

Revista Estudos em Design, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, ISSN Impresso: 0104-4249, ISSN Eletrônico: 1983-196X

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.