Design ativismo ou design ativista?

Gheysa Caroline Prado

Resumo


Este artigo tem como objetivo discutir as terminologias de uma área de atuação do design, design ativista ou design ativismo, buscando estabelecer uma recomendação de sua utilização em português. Este campo questiona o status quo em suas práticas, com a intenção de influenciar políticas públicas e práticas culturais em prol de sociedades mais equânimes. Para tal, foi realizada uma revisão de literatura narrativa em textos canônicos do design que em algum ponto questionam sua forma de atuação usual, em autores e autoras precursores do uso destes termos em âmbito global e local para compreender as diferenças entre eles. Também foi realizada revisão bibliográfica sistemática para identificar a aplicação corrente dos termos nas publicações existentes. Os resultados apontam para uma prevalência do termo design acivism nas publicações de língua inglesa e design ativista naquelas em português. A partir da análise dos achados e das discussões, recomenda-se a adoção do termo design ativismo por este abranger melhor suas práticas de uso e significados.


Palavras-chave


design ativista, design ativismo, design social, design, política

Texto completo:

PDF

Referências


ALBUQUERQUE, Elisabete Maria de. Design gráfico em tempos de ativismo. Dissertação (Mestrado em Design). Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2018.

ATIVISMO. In: Oxford Languages online. London: Oxford University Press, 2021.

ATIVISTA. In: Oxford Languages online. London: Oxford University Press, 2021.

ATIVO. In: Oxford Languages online. London: Oxford University Press, 2021.

BATISTA, Marcelo Vianna; MEYER, Guilherme Englert Corrêa. A emergência da diplomacia no ativismo a partir de uma prática experimental. In: SCALETSKY, Celso Carnos; MACCAGNAN, Ana Maria Copetti (coord.). Design Culture Symposium: scenarios, speculation and strategies. São Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Design. p.81-90. 2020.

BONSIEPE, Gui. A Tecnologia da Tecnologia. São Paulo: Edgard Blucher, 1983.

BUCHANAN, Richard. Wicked Problems in Design Thinking. In: Design Issues, Vol. 8, n. 2, p. 5-21, 1992.

CROSS, Nigel. Designerly ways of knowing. Design Studies, Vol. 3, n. 4, p. 221–227, 1982.

DENIS, Rafael Cardoso. Uma Introdução à História do Design. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 2000.

DORMER, Peter. The Meanings of Modern Design: Towards the twenty-first century. London: Thames e Hudson Ltda., 1990.

DRESCH, Aline; LACERDA, Daniel Pacheco; ANTUNER JR., José Antonio Valle. Design Science Research: Método de Pesquisa para Avanço da Ciência e Tecnologia. Porto Alegre: Bookman, 2015.

FRIEDMAN, Ken. Creating design knowledge: from research into practice. In: IDATER 2000 conference. Loughborough: Loughborough University, 2000. p. 5-32.

FORTY, Adrian. Objetos de desejo: design e sociedade desde 1750. Soares, Pedro Maia (tradução). São Paulo: Cosac Naify, 2007.

FUAD-LUKE. Alastair. Design activism: beautiful strangeness for a sustainable world. Sterling: Earthscan, 2009.

HAUFFE, Thomas. Design: a concise history. London: Laurence King, 1998.

HERNANDES, Maria Cristina Ibarra. Entrelaçando design com antropologia: engajamentos com um coletivo de moradores do bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Design). Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2018.

HESKETT, John. Desenho Industrial. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.

-ISMO. In: Oxford Languages online. London: Oxford University Press, 2021.

-ISTA. In: Oxford Languages online. London: Oxford University Press, 2021.

JULIER, Guy. From Design Culture to Design Activism. In: Design and Culture, Vol. 5, n. 2, p. 215-236, 2013.

LEFEBVRE, Henri. Espaço e Política: O direito à cidade II. 2. Edição. Belo Horizonte: UFMG, 2016.

LÖBACH, Bernd. Design Industrial: bases para a configuração dos produtos industriais. São Paulo: Edgar Blücher, 2001.

LOPES. Pedro Bicá Viseu. Os desafios do design: design e metamodernismo. Dissertação (Mestrado em Práticas Tipográficas e Editoriais Contemporâneas). Universidade de Lisboa. Lisboa, 2020.

MAGRO JUNIOR, José Carlos; MOURA, Mônica Cristina; GUIMARÃES, Márcio James Soares. Design Ativismo como Prática Cidadã Contemporânea. Anais do Colóquio Internacional de Design, 2020.

MANZINI, Ezio. Design para a inovação social e sustentabilidade: comunidades criativas, organizações colaborativas e novas redes projetuais. Rio de Janeiro: E-papers, 2008.

MARGOLIN, Victor; MARGOLIN, Sylvia. A "Social Model" of Design: Issues of Practice and Research. In: Design Issues, Vol. 18, No. 4, p. 24-30, 2002.

MARKUSSEN, Thomas. The Disruptive Aesthetics of Design Activism: Enacting Design Between Art and Politics. In: Design Issues, Vol. 29, n. 1, p. 38-50, 2013.

MONTUORI, Bruna Ferreira. Design, favela e ativismos: experiências e aprendizados com a Redes da Maré no Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Design e Arquitetura). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2018.

MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2015.

NOGUEIRA, Pedro Caetano Eboli. Notas sobre uma política da estética voltada para o design. Educação Gráfica. Bauru, v. 22, n. 1, p. 6 – 17, 2018.

PAPANEK, Victor. Design for the Real World: Human Ecology and Social Change. New York: Bantam Books, 1973.

PORTINARI, Denise Berruezo; NOGUEIRA, Pedro Caetano Eboli. Por um design político. Estudos em Design. Rio de Janeiro: v. 24, n. 3, p. 32 – 46, 2016.

PRADO, Gheysa Caroline. Modelo para promoção da mobilidade urbana ativa por bicicleta: uma abordagem do design de serviços para o comportamento sustentável. Tese (Doutorado em Design). Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2019.

RESNICK, Elisabeth. The Social Design Reader. London: Bloomsbury, 2019.

RITTEL, Horst. W. J.; WEBBER, Melvin M. Dilemnas in a general theory of planning. In: Policy Sciences, v. 4, p. 155-169, 1973.

SIMON, Herbert Alexander. The Sciences of the Artificial. 3rd Ed. London: MIT Press, 1996.

QUEIROZ, André Carvalho de Lima. Mídia Radical: Design como estratégia de ação coletiva no contexto da população em situação de rua da cidade de Fortaleza. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design). Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2020.

QUEIROZ, André Vieira; VILLAS-BOAS, André. Design visual, hegemonia e ativismo. Anais do Colóquio Internacional de Design, 2020.

SUDJIC, Deyan. A linguagem das coisas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010.

THORPE, Ann. Architecture and Design versus Consumerism: How design activism confronts growth. New York: Earthscan, 2012.

WDO – World Design Assembly. Definition of Industrial Design. In: 29th General Assembly in Gwangju (South Korea), 2015. Disponível em: . Acesso em: 10 mai. 2021.




DOI: https://doi.org/10.35522/eed.v29i3.1273

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2021 Gheysa Caroline Prado

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - NãoComercial 4.0 Internacional.

Revista Estudos em Design, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, ISSN Impresso: 0104-4249, ISSN Eletrônico: 1983-196X

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.